Hadrat Mirza Bashiruddin Mahmood Ahmad – Califatul Masih II

Associação Ahmadia do Islão em Portugal
By Associação Ahmadia do Islão em Portugal Julho 12, 2015 10:43

Hadrat Mirza Bashiruddin Mahmood Ahmad

Califatul Masih II

(2.º Sucessor do Messias)

“Musleh Maoud”

Por Moulvi Bashir Ahmad Dehlavi Tradução inglesa por Naseeruddin Shera

O Sagrado Profeta Maomé (que a paz e bênçãos de Alá estejam com ele) tinha dado as novas do advento de um filho de Mahdi Prometido, devoto e espiritual, no momento em que o Islão estaria numa fase de declínio e depressão. Tinha profetizado que ele viria com a missão de reanimar e fortalecer a teologia islâmica e, através dele, o Islão ressurgiria à superfície da Terra. O Sagrado Profeta (que a paz esteja com ele) chamou ao seu filho Sagrado Espiritual Musleh (Reformador) e o Prometido, e disse sobre ele:

Yata-zavvajo-wa-yooladu-lahu

O Messias Prometido casará e terá filhos. Esta era uma indicação de que este casamento teria uma natureza especial e, através disto, Alá conceder-lhe-á tantas crianças quanto as que serão necessárias para assistir e cooperar na sua missão.

No contexto desta profecia do Sagrado Profeta Maomé (que a paz e bênçãos de Alá estejam com  ele), alguns dos seus seguidores eminentes também tinham profetizado que, após a conclusão do mandato do Messias Prometido, um dos seus filhos seria abençoado com um esplendor e glória únicos e ascenderia ao trono do Califado.  Hazrat Nematullah Shah Wali, um santo muçulmano proeminente, profetizou no seu famoso poema que aquele que vem será o Mahdi Prometido e também o Messias Prometido.  Também mencionou que o nome deste Prometido será Ahmad e que quando o seu mandato acabar, um dos seus filhos será o seu verdadeiro herdeiro espiritual e cumprirá a sua missão. No Talmude, o livro autêntico da dicção judaica, é mencionado o advento de dois Messias e que o último será maior que o primeiro e, depois dele, o seu filho e o seu neto serão os seus sucessores.

E assim, quando chegou a altura do Messias Prometido e o advento do filho Prometido, Alá revelou mais pormenores da sua profecia ao Messias Prometido, com boas novas sobre a sua ascendência, progresso e conquistas.

Hazrat Mirza Bashiruddin Mahmood Ahmad (que Alá esteja satisfeito com ele) recebeu a sua educação na Escola Primária Distrital e, mais tarde em 1898, na Escola Secundária Taleemul Islam quando esta abriu. Contudo, na sua vida de estudante ele nunca se interessou pelo conhecimento rotineiro dos livros e não conseguiu aprovação no Exame de Acesso governamental. Este foi o fim da sua educação formal, que não foi apenas incidental, mas um grande milagre do Destino Divino. Mais tarde houve incidentes que provaram que o próprio Deus Todo Poderoso queria ser o seu professor. Assim, o mundo testemunhou que ele não tinha apenas conhecimento intrínseco e espiritual, a sua compreensão da sabedoria básica era tão vasta e profunda que quem quer que atacasse o Islão com base em conhecimento mundano, mesmo sendo um erudito, ele provaria que essa pessoa era um mero novato académico. Deste modo o cumprir da revelação divina manifestou-se. “Abundaria na Sabedoria do Explícito e do Intrínseco”.

Durante a vida do Messias Prometido ele desenvolveu um forte desejo por serviços religiosos, por isso, quando o Messias Prometido, durante os seus últimos dias de vida, apelou aos jovens que se apresentassem ao serviço do Islão, Hazrat Mirza Bashiruddin Mahmood Ahmad ofereceu-se e logo formou a Anjuman Tashheezul Azhaan e sob a sua supervisão lançou uma revista  com o mesmo nome, através da qual era realizado o trabalho da pregação religiosa. Na altura do falecimento do Messias Prometido ele tinha apenas 19 anos, mas mesmo nessa época fluíram da sua solene caneta respostas altamente convincentes e silenciadoras do criticismo.  A 26 de Maio de 1908, o Messias Prometido (que a paz esteja com ele) faleceu em Lahore. Nesse momento este filho prometido colocou-se ao lado da cama do Messias Prometido e jurou:

“Mesmo que todas as pessoas te abandonem e eu fique sozinho, terás o meu apoio e enfrentarei toda a oposição e investidas contra a tua Missão.”

Ele manteve bem o seu pacto e, ao longo de toda a sua vida, nunca se preocupou com a inimizade ou oposição de ninguém e sempre se esforçou activamente pelo progresso do Islão e da Ahmadia.

No início de 1911, com a permissão de Hazrat Maulana Nooruddin, Khalifatul Masih I, fundou a Anjuman Ansaarullah, a cujos membros era pedido que doassem algum do seu tempo para o serviço religioso, para a propagação do Islão e da Ahmadia e para promoverem a amizade mútua, o amor e a fraternidade universal. Tal facto provou ser um grande sucesso em gerar zelo e interesse no trabalho Missionário e Reformatório.

Em Setembro de 1912, viajou até ao Egipto e daí para Meca e realizou a Hajj, permanecendo activo na pregação do Islão e da Ahmadia durante a sua permanência temporária.

Em Junho de 1913, começou o “The Al Fazl”, um jornal para a Jamaat no qual, além das notícias nacionais, também eram publicados artigos educativos, informativos, históricos, pregadores e reformistas. Num curto período de tempo este jornal ganhou popularidade não apenas entre o nosso próprio povo mas também entre outros. Após o desaparecimento de Hazrat Khalifatul Masih I (que Deus esteja satisfeito com ele), este mesmo jornal tornou-se o órgão central da Jamaat.

A 27 de Maio de 1908, aquando do falecimento do Messias Prometido (que a paz esteja com ele), quando Hakim Maulana Nooruddin (que Deus esteja satisfeito com ele) foi nomeado o primeiro Califa da Jamaat, o primeiro homem a prestar juramento de lealdade foi Hazrat Mirza Bashiruddin Mahmood Ahmad. Hazrat Khalifatul Masih I estava bastante contente com ele e costumava olhá-lo com amor e respeito. Durante a sua doença ele costumava designa-lo como Imam-ul-Salat (aquele que conduz as orações) e, frequentemente, nos seus discursos e sermões públicos costumava louvar o espírito da sua obediência, serviço religioso e a sua capacidade intelectual. Por vezes indicando expressamente que ele seria o sucessor depois de si.

Na sexta-feira 13 de Março de 1914, Hazrat Khalifatul Masih I (que Deus esteja satisfeito com ele) faleceu. E a 14 de Março de 1914, no momento da Oração Asr, na Masjid Noor Qadian, os Ahmadis reuniram-se e Hazrat Nawab Muhammad Ali Khan, que era um Sahabi (companheiro) e genro do Messias Prometido, leu em voz alta o “testamento” de Hazrat Khalifatul Masih I e pediu que as pessoas começassem a agir em conformidade e nomeassem alguém como seu sucessor. Posto isto Maulana Syed Ahsan Amrohvi propôs o nome de Hazrat Sahibzada Mirza Bashiruddin Mahmood Ahmad. Ele estava hesitante e recusou a princípio, mas após a persistência fervorosa das pessoas, apercebeu-se de que era o veredicto de Alá e aceitou o juramento de Lealdade dos Ahmadis. Desse modo, tornou-se o Segundo Sucessor do Messias Prometido (que a paz esteja com ele).

A Era de Ouro do seu Califado e as suas magníficas conquistas

Desde 14 de Março de 1914 até 7 de Novembro de 1965, um período de cerca de cinquenta e dois (52) anos, ele conduziu a Jamaat, a qual registou grandes progressos, alguns dos quais podem ser enumerados como se segue:

Propagação do Islão

Uma das suas conquistas mais importantes foi a fundação de um sistema forte de propagação e pregação do Islão dentro do país e no estrangeiro. Pouco depois de ter ascendido a Califa, anunciou que a sua primeira tarefa seria a propagação do Islão.

De acordo com o seu mandato de 12 de Abril de 1914, foram convidados delegados de todo o país para um Majlis-e-Shoora para discutirem a propagação do Islão. Nele ele expressou o seu desejo de que entre eles haveria um grupo de homens que saberia várias línguas para que pudessem espalhar facilmente ao Islão por todo o mundo. Ele enfatizou:

“Gostaria de ver a verdade da Ahmadia brilhar em vários locais por todo o mundo. Isto não foi difícil de alcançar para o nosso Senhor.”

Para a realização desta tarefa ele estabeleceu a Nazarat Dawato Tabligh em 1919 e a Madrasa Ahmadiyya como o centro básico e desenvolveu esforços para o seu avanço e dirigiu-a desde o estatuto de mero Seminário até Universidade e todos estes esforços foram destinados a fornecer missionários religiosos instruídos. Abriu várias missões no estrangeiro para a propagação do Islão. Existiam Missões solidamente estabelecidas em 46 países islâmicos quando ele partiu deste mundo. E à volta delas ainda existem até hoje Jamaats activas e sinceras.

Sabedoria Corânica

Alá tinha-lhe concedido um profundo conhecimento espiritual intrínseco e enciclopédico e um entendimento do Sagrado Corão, cumprindo assim a profecia de que através dele a glória do Islão e a dignidade do Corão seriam convincentemente estabelecidas. Ele disse que existiam centenas e milhares de realidades verdadeiras do Sagrado Corão, que Alá lhe tinha divulgado com a Sua graça especial através da intuição e revelação. (Tafsir-e-Kabir, Vol. 6, pág. 483)

Também declarou que lhe tinha sido concedida uma sabedoria tão significativa do Sagrado Corão que se alguém, com um qualquer conhecimento e seguindo uma qualquer religião, criticasse o Sagrado Corão, pela graça de Alá, ele iria silenciá-lo e satisfazê-lo convincentemente apenas através do Corão.  Por várias vezes ele lançava desafios às pessoas pedindo que escrevessem comentários sobre a Sabedoria Corânica. Embora ele não fosse um Profeta, mesmo assim ninguém estava pronto para aceitar o seu desafio. Era sua alegação de que iria interpretar nova sabedoria do Sagrado Corão.

Numa reunião pública em Deli em 1944, afirmando ser ele próprio o “Musleh Maoud” (o Reformador Prometido) e reiterando o seu desafio sobre a interpretação das verdades e sabedoria do Sagrado Corão, declarou:

“Afirmo uma vez mais que mesmo se milhares de eruditos se reunissem para competirem comigo em escrever comentários sobre o Corão, mesmo assim o mundo iria aceitar e reconhecer que o meu comentário era único em sabedoria profunda das verdades divinas.

A nova definição da sabedoria do Sagrado Corão, escrita no seu Tafsir-e-Kabir, possui uma evidência inegável da verdade e validade da mencionada afirmação. Os mais velhos ficaram convencidos da superioridade do seu conhecimento Corânico. Maulvi Zafar Ali Khan, Editor do “Daily Zamindar” de Lahore, ele próprio um eminente líder muçulmano, escritor e forte oponente da Ahmadia, enquanto se dirigia a outros grupos rivais dava a sua opinião da seguinte forma:

“Ouvi com os vossos ouvidos bem abertos, vós e os vossos cúmplices nunca conseguiriam competir com Mirza Mahmood até à ressurreição. Mirza Mahmood tem o Corão consigo e um profundo conhecimento do Corão. Que tendes vós? … Nunca lestes o Corão em sonho.” [Ek Khofnak Saazish, por Moulvi Mazher Ali Azhar, pág. 196]

Aquando da sua morte, numa nota de condolências escrita em Sidq-e-Jadid, Lucknow, pode ler-se:

“Que Alá recompense o esforço do Imã da Jamaat Ahmadia para a publicação mundial do Sagrado Corão e a sua sabedoria e também para a propagação do Islão em todos os cantos da Terra e em vez disto ignoremos todas as outras questões. A maneira instruída como interpretou em detalhe a verdade e a sabedoria do Sarado Corão era realmente única.” [Sidq-e-Jadid Lucknow, Vol. 51, 18 de Nov. de 1965]

Tradução e publicação do Sagrado Corão em várias línguas

Foi também um dos seus grandes feitos ter conseguido que o Sagrado Corão fosse traduzido para várias línguas importantes no mundo de modo a que aqueles que não soubessem árabe pudessem ter acesso à glória e sabedoria do livro divino na sua própria língua. Este trabalho foi continuado no Khilafat-e-Salisa e mais tarde no Khilafat-e-Rabia. Primeiro que tudo foi publicada a tradução para inglês do Sagrado Corão e depois o seu comentário. Durante o seu Califado, estavam em progresso traduções para outras 14 línguas.

Estabelecimento de Mesquitas em países estrangeiros

O principal objectivo da Jamaar Ahmadia era espalhar os ensinamentos do Sagrado Profeta Maomé (que a paz esteja com ele) e ao praticá-los, conduzir a humanidade para os patamares do espiritualismo e pureza. De modo a obtê-lo, onde quer que a Jamaat se forme, são posteriormente construídas Missões e Mesquitas. E as mesquitas também servem de academias para a formação e conhecimento espirituais. Durante o seu Califado também foram construídas muitas mesquitas em países estrangeiros.

Transmissão de formação moral

Juntamente com o trabalho missionário ele também contribuiu bastante para a transmissão de formação moral à Jamaat. Algumas das suas conquistas neste sentido estão apresentadas abaixo.

  • Defendeu o Sistema Divino do Califado em fundações sólidas e declarou: “O Califado é uma fonte e um farol de Luz Divina. Portanto agarrai-vos firmemente ao Califado.” Uma vez mais declarou:

“Amigos, o meu último conselho seria que todas as bênçãos estão no Califado. A Missão Profética é uma semente a partir da qual o Califado espalha a sua benevolência ao mundo à sua volta. Agarrai-vos firmemente ao verdadeiro Califado e espalhai as suas bênçãos pelo mundo. Alá será misericordioso para convosco e abençoar-vos-á neste mundo e no próximo.”

  • De modo a consolidar e organizar a Jamaat ele estabeleceu as Anjumans centrais e regionais e para melhor funcionamento foram estabelecidas várias Nazarats importantes sob a égide de Sadar Anjuman Ahmadiyya Qadian.
    • Nazarat Dawato Tabligh
    • Nazarat Taleem
    • Nazarat Umoor-e-Aamma
    • Nazarat Bait-ul-Mal e
    • Nazarat Ulia acima delas para supervisionar,

guiar e dirigir todas as secções da Jamaat. De modo a torná-las capazes de assumir com sucesso as tarefas e responsabilidades importantes do futuro, foram formadas organizações separadas na Jamaat:

    • A Organização de Ansaarullah para homens acima dos 40 anos de idade.
    • A organização de Khuddam-ul-Ahmadiyya para jovens abaixo dos 40.
    • A Organização de Atfal-ul-Ahmadiyya para rapazes menores de 15 anos.
    • A organização de Lajna Imaullah para mulheres.
    • A Organização de Nasirat-ul-Ahmadiyya para raparigas.

Através de todas estas organizações foi transmitida formação essencial organizacional e moral com bases sólidas.

Migração de Jamaat desde a Índia

Em 1947, quando o país estava dividido, juntamente com outros muçulmanos, os Ahmadis também saíram para o Paquistão. De modo a assegurar a sua unidade, integridade e coesão, foi construída uma grande cidade, Rabwah, onde foram restabelecidos e reorganizados escritórios, escolas, colégios e vários departamentos. Todas as necessidades da vida também eram disponibilizadas. O próprio Hazrat Musleh Maoud falou assim sobre Rabwah: “Estou espantado. Que força é que vos trouxe e vos capacitou para ficar num local onde até mesmo o Governo fracassou em habitar? Ao ver Rabwah recordamo-nos dos tempos em que Alá tinha recolocado a fundação de Meca através de Hazrat Ibrahim (que a paz esteja com ele) e do seu filho Hazrat Ismail (que a paz esteja com ele). [Al-Fazal 26 DE Nov. de 1961]

Mobilização da Jamaat para sacrifícios

Hazrat Musleh Maoud planeou, reorganizou e consolidou a estrutura financeira da Jamaat sobre fundamentos sólidos ao iniciar vários planos e apelos para doações e contribuições.  Alguns deles estão indicados abaixo:

  1. A 12 de Abril de 1914 apelou a doações financeiras para a Anjuman Taraqqi-e-Islam de modo a enviar os seus missionários para todas as cidades e vilas da Índia para pregarem o Islão. Para tal ele previu uma despesa de  12.000 rupias por ano. A Jamaat respondeu voluntariamente ao apelo.
  2. O plano para a conclusão do Minaratul Masih – Em Novembro de 1914, Hazrat Khalifatul Masih-II (que a paz esteja com ele) pediu à Jamaat contribuições financeiras para a conclusão do Minaratul Masih. Como resultado o Minarete foi concluído em Dezembro de 1916. [Al Fazl, 28 de Dezembro de 1916]
  3. Apelo às mulheres para mobilizar fundos para as orações – Em Dezembro de 1916 apelou às senhoras do movimento que doassem, declarando que até agora os homens estavam a suportar as despesas que rondavam as  8.000 a  10.000 rupias por mês a partir das quais vários requisitos religiosos eram alcançados. Mas desde que as despesas com a propagação fossem cumpridas. Mas visto que as despesas de propagação em países estrangeiros estavam a aumentar,   estimava-se serem necessárias mais 500 rupias por mês. [Supplement Al Fazl, 16 de Dezembro de 1916]

Alá, graciosamente, permitiu que as senhoras da Jamaat respondessem ao apelo de Huzur e prontamente assumiram a responsabilidade de atenderem às despesas extras.

  1. Apelo a doações para a Mesquita de Londres – A 7 de Fevereiro de 1920, apelou à Jamaat para contribuir para a construção de uma mesquita em Londres e os Ahmadis responderam em massa e de bom grado. [Taarikhe Ahmadiyyat, Vol. 5, pág. 258]
  2. Apelo para a publicação de “Um Presente para o Príncipe de Gales” – O Príncipe de Gales, que mais tarde se tornou Rei Eduardo VIII, visitou a Índia em Dezembro de 1921. Hazrat Musleh Maoud (que Deus esteja satisfeito com ele) propôs que fosse entregue um presente conveniente a Sua Majestade, o Príncipe de Gales. Após este apelo Huzur escreveu um livro “Um presente para o Príncipe de Gales”, que transmitia ao Príncipe os ensinamentos islâmicos. Através de contribuições individuais de um Anna por mais de 20.000 membros da Jamaat o livro foi impresso. A 27 de Fevereiro de 1922, uma delegação Ahmadia apresentou o livro numa bandeja de prata ornamentada ao Príncipe.
  3. Participação na Conferência Wembley de Londres – Huzur, juntamente com alguns Khuddam, foi a Inglaterra participar na Conferência Wembley. Todas as despesas foram suportadas pela Jamaat. [Al Fazl 16 de Julho de 1925]

Tehrik-e-Jadid

Através deste importante plano muitas Missões muçulmanas Ahmadia foram estabelecidas por todo o mundo. Em 1934, os Majlis-e-Ahrar, de acordo com uma conspiração bem estruturada, enviaram alguns dos seus voluntários para criarem danos ao organizarem conferências em Qadian.  E, com grande tumulto e batidas de tambor anunciaram que eles próprios iriam destruir Qadian. A atmosfera no resto do país também estava corrompida para a Jamaat. O Governo também estava a apoiar estes elementos. Parecia que todas as forças se tinham juntado contra a Ahmadia. Contudo, as bases desta Jamaat sagrada foram colocadas pelo Próprio Senhor dos Céus, face aos ventos fortes e penetrantes da oposição, a disposição para salvaguardar a planta mansa e delicada da Ahmadia tinha de ser feita pelo Próprio Deus. À medida que as intenções nefandas dos Majlis-e-Ahrar se desenrolavam, Alá, através do Seu Servo escolhido, iniciou um grande Plano Universal de Tehrik-e-Jadid, que não só reduziu a nada os planos dos oponentes, num curto período de tempo, como também manifestou a verdade da Ahmadia e as bandeiras da sua Supremacia e Conquista Espirituais foram estabelecidas firmemente.  Este plano foi baseado em 27 exigências e continha disposições amplas e abrangentes pelas quais cada membro da Jamaat estava convencido de que de maneira a estabelecer a Unicidade de Deus, a restaurar a dignidade do Sagrado Profeta (que a paz esteja com ele) e a provar a verdade do Islão e estabelecer uma sociedade justa as pessoas tinham primeiro que introduzir uma mudança palpável e evidente nas suas próprias vidas e comportamentos.

Hazrat Musleh Maoud (que Deus esteja satisfeito com ele), no início, apenas pediu à Jamaat 27.500 rupias. A Jamaat, em apenas um mês e meio fez uma contribuição monetária de 29.712 rupias. E no primeiro ano 103.000 rupias, no segundo 110.000 rupias e no terceiro ano foram apresentadas 140.000 rupias. Inicialmente este plano era opcional e apenas por três anos. Mais tarde foi alargado para sete anos e depois para dez. Na altura da conclusão do período de dez anos este plano foi alargado por Huzur por mais 19 anos e em 1953, quando o período de 19 anos terminou, Huzur tornou-o num plano permanente. Ao abrigo desse plano as actividades de pregação foram estendidas a muitos outros países estrangeiros.

Waqf-e-Jadid

De igual modo o esquema de Waqf-e-Jadid foi iniciado para promover actividades missionárias e reformistas da Jamaat em todas as cidades, vilas e aldeias na Índia e Paquistão ao nomearem Professores em toda a parte. Este plano foi introduzido a 27 de Setembro de 1957.

Viagens ao estrangeiro

Embora Hazrat Khalifatul Masih II (que Deus esteja satisfeito com ele) estivesse ocupado a assumir as responsabilidades do Califado, mesmo assim Huzur visitou a Europa duas vezes. Primeiro em 1924, para participar na Conferência Wembley juntamente com 12 companheiros, começando a viagem em Damasco, passando pela Palestina e Egipto e parando brevemente em cada um destes locais, Huzur chegou a Inglaterra passando através da Itália e França. Conheceu Mussolini ao passar por Itália. Ao chegar a Londres a sua visita foi bastante divulgada pelos media. Em muitos deles também apareceram as suas fotografias e os Britânicos receberam Huzur com um zelo e afecto extraordinários. A 23 de Setembro de 1924, Chaudhary Muhammad Zafarullah Khan leu o artigo de Huzur na conferência, que tinha sido publicado na forma de um livro intitulado “Ahmadia, o verdadeiro Islão”.  No final da leitura a sala ressoou com entusiasmo e aplausos. O presidente elogiou o sucesso do artigo em termos entusiastas.

Durante a sua permanência em Inglaterra, Huzur construiu as bases da Mesquita Ahmadia a 19 de Outubro de 1924. Nesta ocasião, além da elite britânica, também participaram cidadãos proeminentes, incluindo ministros, embaixadores, diplomatas e outros dignitários do Japão, Síria, Checoslováquia, Etiópia, Egipto, América, Itália, Austrália e Hungria.  Huzur, após uma ausência de 4 meses, regressou a casa com um sucesso único e tremendo.

A segunda jornada que Huzur fez foi na primeira semana de Abril de 1955. Nesta viagem, passando por Damasco e Líbano, Huzur visitou Genebra e depois, via Zurique, Hamburgo e Haia, chegou a Londres. Esta viagem foi realizada sobretudo para o tratamento da doença de Huzur, da qual sofria desde uma tentativa de homicídio à sua pessoa. Mas Huzur, apesar da sua doença, abriu várias missões na Europa. Onde quer que fosse encontrava-se com as pessoas individualmente e em grupos. Em Damasco proferiu o Sermão de Sexta-feira em árabe e nos países europeus proferiu-o em inglês.  Durante a sua permanência em Londres Huzur convocou uma conferência histórica sobre os trabalhos dos missionários em todos os países. A mesma teve lugar nos dias 22, 23 e 24 de Julho de 1955. Nesta conferência Huzur enfatizou a necessidade urgente de expandir as actividades de Tabligh-e-Islam, a publicação e tradução do Sagrado Corão, a construção de mesquitas e a criação de escolas e seminários para formar os novos missionários. O próprio Huzur frequentou todas as sessões. Esta viagem prolongou-se por seis meses.

Muitos outros feitos lhe são atribuídos nos longos 52 anos do seu Califado.  Ele guiou os muçulmanos na Política, especialmente durante o Movimento de Não Cooperação do Congresso, dedicou a sua atenção às classes discriminadas e Harijans e combateu o movimento “Shuddhi” em Malkanas. Durante as conferências da Comissão Simon e da Mesa Redonda ele guiou a nação através dos seus preciosos textos e discursos.

De modo a estabelecer a paz, compreensão e boa vontade entre as comunidades ele construiu a base da realização regular e frequente das reuniões do “Dia dos Fundadores das Religiões”, nas quais oradores de várias fés eram convidados a falar, numa tribuna, sobre os fundadores e os ensinamentos das suas próprias religiões.

Durante o primeiro ano do seu Califado, escreveu um livro “Haqeeqat- ul-Nabuwwat” no qual dizia:

“Os homens ignorantes apontam-nos o dedo dizendo que por acreditar no Messias Prometido como um Profeta insultamos o Sagrado Profeta do Islão (que a paz e bênçãos de Alá estejam com ele). Que sabem eles sobre a condição dos nossos corações? Como conseguiriam compreender o grande amor, afecto profundo e enorme reverência que temos para com o Sagrado Profeta (que a paz e as bênçãos de Alá estejam com ele)? E que compreendem eles sobre como entrou no meu coração o amor do Sagrado Profeta (que a paz e bênçãos de Alá estejam sobre ele)?  Ele é a minha vida, o meu coração, o meu desejo. Na sua escravidão está a minha honra e o chão que ele pisa é mais valioso para mim do que o trono Imperial. O controlo dos Sete Continentes não é nada em comparação a varrer a sua casa. Ele é o Senhor amado, porque deveria então eu não o amar? Ele é o íntimo de Deus, então porque não deveria procurar a sua intimidade? A minha condição corresponde ao espírito no dístico do Messias Prometido (que a paz esteja com ele):

“Ao lado de Deus, intoxicado com o amor de Maomé, estou eu, e se isto for infidelidade, por Deus sou o maior dos Infiéis.”

Este é apenas o amor do Sagrado Profeta (que a paz e bênçãos de Alá estejam sobre ele) que me compele a refutar a crença de encerramento total do Capítulo da Missão Profética. Este é um insulto e uma afronta ao Sagrado Profeta do Islão (que a paz e as bênçãos de Alá estejam com ele).

“Alá envia as Suas bênçãos ao Profeta e os Seus anjos oram por ele. Ó vós que acreditais, também vós deveis invocar as Suas bênçãos para ele e saudá-lo com a saudação da paz.”  Sagrado Corão 33:57

Associação Ahmadia do Islão em Portugal
By Associação Ahmadia do Islão em Portugal Julho 12, 2015 10:43

Sermão de Sexta-Feira do Califa

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